Green Day em Curitiba (12/09): Resenha do show na Arena da Baixada
Resenha do show do Green Day em Curitiba: previsível, protocolar e memorável! Como foi a apresentação na Arena da Baixada, setlist, destaques e impressões.
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9/15/20254 min read
O termômetro marcava 10°C e o relógio 21h em ponto quando o Green Day entrou no palco. Claro, a noite gelada não impediu as mais de 30 mil pessoas de marcar presença na Arena da Baixada (Ligga Arena), no dia 12 de setembro, para ver a banda californiana tocar em Curitiba (PR).
O show foi curto, cerca de 1h30, e o setlist foi basicamente o mesmo dos shows dessa turnê, não surpreendeu nem na ordem das músicas (a exceção foi Church on Sunday, do disco Warning e que não tinha sido tocada ainda nessa tour). Quem, como eu, já estava aquecendo os ouvidos durante a semana com as playlists criadas no Spotify, já sabia até quando entraria cada música. Mas mesmo dentro da previsibilidade, a banda não desapontou.
A banda de abertura, Bad Nerves, uma mistura de "Strokes com Ramones" segundo os próprios integrantes, tocou por cerca de 40 minutos. Meninos animados, um estilo musical pop punk mais atual e que combinou muito com a atração da noite. Desconhecido no Brasil (ou pelo menos, desconhecido para mim), o grupo conseguiu animar o público e aquecer a plateia para a entrada do Green Day. Cumpriram o papel.
E como foi o show do Green Day em Curitiba?
Cerca de dez minutos antes dos músicos subirem ao palco, Bohemian Rhapsody, do Queen, começou a tocar nos PAs. Era o prenúncio de que o show estava prestes a começar. E a plateia não decepcionou: cantou cada verso com força e emoção. É muito bonito ver um hino do rock com mais de 50 anos ser entoado por pessoas de tantas idades diferentes! Em seguida, o tradicional coelho rosa - conhecido como Drunk Bunny - apareceu para aquecer ainda mais o público ao som de Blitzkrieg Bop, dos Ramones.
Depois, um mix de We Will Rock You com a marcha imperial de Darth Vader para, finalmente, Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool darem o ar da graça juntamente com mais três músicos de apoio. E entregarem TUDO o que os fãs queriam.
American Idiot abriu o set e ali já vi que a plateia era mesmo formada por fãs: as pessoas sabiam cada estrofe, cada verso, cada palavra. Eu sou da era Dookie, conheci o Green Day em 1994 quando o clipe de Basket Case estreou na finada MTV Brasil, e sempre achei que esse era o disco mais popular deles. Mas me pareceu que o álbum American Idiot, lançado dez anos depois, fez (e ainda faz) mais sucesso.
Se eu for analisar pelo estilo das músicas, mais pro “pop punk”, faz sentido. Quanto mais popular, mais fácil agradar mais pessoas. Ao mesmo tempo, o disco tem músicas longas e complexas, como Jesus of Suburbia (que tem pouco mais de nove minutos e cinco partes diferentes), que costumam não agradar a “grande massa”— mas, como Bohemian Rhapsody, Jesus of Suburbia parece ser uma exceção.
Formado no final dos anos 80 e desde 1994 lançado ao estrelato, o Green Day sabe fazer um bom espetáculo. Setlist composto pelos hits de sucesso, canhões e cascatas de fogo no palco, chuva de papel picado na plateia. Somados ao bom humor e à presença de palco dos três integrantes principais, pronto! Está feito um show memorável!
O canto do palco (ou, meu ponto de vista)
Eu assisti ao show no canto direito do palco e não vi muito dos recursos visuais, mas foi uma escolha estratégica. Do alto dos meus 1,54m, já sei que preciso sacrificar alguma parte da experiência se quiser ver alguma coisa dos shows em que vou — e normalmente consigo ficar na grade ao me posicionar nos cantos dos palcos.
Nos cantos, a gente não vê muito os recursos visuais do espetáculo — imagens do telão ao fundo, cascatas, canhões de fogo. Mas consegue ver melhor os músicos (ou parte deles, já que o baterista normalmente fica ao fundo do palco). O som dos PAs também não é favorecido, e teve instrumento, como o piano, que eu só fui ouvir mesmo nas gravações que fiz do show (o que é o celular captando o som melhor do que meus ouvidos?).
Aqui tem um vídeo da música Basket Case que eu fiz e mostra bem meu "ponto de vista" do palco.
Aliás, essa foi uma experiência diferente com o Green Day, pois não foi meu primeiro show deles — foi o terceiro. E cada show eu vi de um lugar diferente. Meu primeiro show do Green Day foi em 2017 na arquibancada do Rose Bowl, em Pasadena (Los Angeles). O segundo, no meio da multidão do Rock in Rio em 2022.
Se eu for resumir o show do Green Day em Curitiba em uma frase: previsível, protocolar e memorável. Previsível porque eu já conhecia o setlist e o Green Day costuma fazer o mesmo show por onde passa. Protocolar porque todos os sucessos foram tocados. E memorável porque, mesmo sem surpresas, ver um show de uma banda que eu gosto muito e que marcou minha adolescência é sempre uma experiência inesquecível.
Jantar e hotel bem pertinho da Arena
Como o show acabou cedo, ainda deu para sair para jantar. A Arena da Baixada é bem localizada, no bairro Água Verde e próxima ao Batel. Isso significa que fica a uma curta caminhada de distância de muitos restaurantes e bares. E como o show foi numa sexta, muitos desses estabelecimentos estavam abertos além das 23h.
Finalizei a noite no Hard Rock Café de Curitiba que, mesmo com fila (com a maioria das pessoas também saindo do mesmo show), é grande e conseguiu comportar rapidamente os grupos que chegavam. Depois do jantar, uma caminhada curta de duas quadras até o hotel e a noite era finalizada com sucesso!
Setlist do show do Green Day em Curitiba
American Idiot
Holiday
Know Your Enemy
Boulevard of Broken Dreams
One Eyed Bastard
Revolution Radio
Church on Sunday
Longview
Welcome to Paradise
Hitchin' a Ride
Brain Stew
St. Jimmy
Dilemma
21 Guns
Minority
Basket Case
When I Come Around
Letterbomb
Wake Me Up When September Ends
Jesus of Suburbia
Bobby Sox
Good Riddance (Time of Your Life)
Fonte: Setlist.fm
